22 de jun. de 2007

Druuna, de Serpieri


Milo Manara

Esse cara é bom.
Não ( vocabulário pobre ).
Esse italiano é ótimo - Milo Manara.

Paris-Texas




Clique para assistir à introdução da inesquecível obra de Win Wenders, música do Ry Cooder :


18 de jun. de 2007

FLIP ou não FLIP ?


Depois de um mês em Visconde de Mauá, todas as sextas e sábados cheias de casais e famílias de gorrinhos e cachecóis a comer fondues, é época de FLIP, clichês mais chiques, hora de reler o quase inédito texto de Marcelo Mirisola :

AS AVENTURAS DE MIRISOLA EM PARATY
Paraty 2006
Não me convidaram para essa festa pobre. Nem a mim nem ao Cazuza. Ele porque já foi pro beleléu, eu porque sou um falastrão, e devo representar alguma espécie de ameaça ao convívio de tão ilustres, sociais e educados escribas. O mundo das letras (digo a indústria, a máquina de fazer dinheiro) é colorido, e fofo. E pode - como uma propaganda do Unibanco - , ser irresponsável, e perigoso. Da mesma forma que inventa idílios em Paraty, ajambra periferias e escritores para propagandear qualquer lugar que lhe convém;desde esse insuspeito arraial literário até alcançar o Piauí, não,não é o Estado do qual Nelson Rodrigues duvidava da existência, trata-se da "Revista Piauí" - que será - dizem... - oportunamente lançada nessa simpática Paraty sem rede de esgoto. João Moreira Salles, além de editor da revista, cineasta premiado e mauricinho lírico incontestável, é dono do banco supracitado, e patrocinador da festa. Não conheço Joãozinho Salles, nem vi a revista. Só sei dizer que devo um dinheirão de juros pros bancos. Mas nem é preciso especular para saber que a qualidade gráfica da "Revista Piauí" deve ser Suiça. E os textos... milionários. Não, também não me convidaram para escrever na "Piauí". Estou aqui - é bom avisar - na condição de escritor profissional, ou, se preferirem, correspondente de guerra. Dava na mesma se me enviassem para a fronteira da Síria com o Líbano. Meu espírito é esse. Sempre foi, é bom que se diga. O legal da história é que passarei quatro dias enchendo a cara, e flanando por conta dessa festinha caipira , e - como não poderia deixar de ser - claro, ainda vou ganhar uns trocados. Bicão mas sem perder a elegância. Quem arrumou para mim esse Spa que inclui transporte, hospedagem, fuzis, e tudo na faixa, foi o Marcelino Freire. Paraty - para mim - começou ontem à noite na Mercearia São Pedro. Um lugar em São Paulo, na Vila Madalena (para o leitor desavisado do Zero Hora) onde se faz negócios, conchavos, sexo no banheiro, fala-se bem dos amigos e mal dos inimigos e na maioria dos casos purga-se a falta de talento enchendo-se a cara até o dia amanhecer. Às vezes os autores da casa publicam antologias. Às vezes quebram o bar. Nada demais. A diferença pros outros butecos é o sanduíche de carne assada e a simpatia de Marquinhos, dono do buteco. O primeiro ítem é meio caro mas justifica o segundo; ou seja, o sorriso impagável de Marquinhos, atrás do balcão. De uns tempos pra cá, o "agitador" Marcelino Freire anda - merecidamente... - festejado no meio literário, e desfruta de camarote na Mercearia São Pedro. Foi lá que apiedou-se desse escriba nada modesto, e resolveu mandá-lo para Paraty antes de ser solicitado no sentido de arrumar-lhe um emprego, dinheiro emprestado, favores sexuais e/ou algo mais sórdido do tipo...um Jabuti. Na verdade, iria lhe pedir as horas. Só isso. Ele que insistiu na garrafa de "Periquita". Fazer o quê?
Agora estou aqui nessa cidadezinha de merda, cercado por chiliques nacionais e internacionais, pela paisagem sonífera que encantou Debret, e pedras a judiar dos meus ligamentos; ladeado por escritores "engajados"... (me pergunto: "engajados no quê? Na chatice?") e - evidentemente - atrás de uma maria-rodapé pra comer acompanhada com feijão grosso e costelinha de porco. Fiquei sabendo que não me convidaram para essa festa porque, entre uma maria-rodapé comida no almoço e um porre de cachaça seguido dos vexames de praxe, eu poderia falar ao vivo e a cores as mesmas coisas desagradáveis que estou escrevendo aqui e agora: de frente para o mar e para a bandeja de queijadinhas. Tolos. Quanto ao homenageado dessa edição, acertaram na mosca. Jorge Amado, esse xarope filhinho de papai Stálin, é o autor perfeito para se prestar homenagens; perfeito em vida e mais perfeito depois de morto. Existem autores com essa vocação. A outra categoria são os que fazem literatura pra valer. Esses dispensam homenagens. Melhor mesmo lê-los. Uma dica. Leiam "O Sobrinho de Wittgenstein", de Thomas Bernhardt. Nada a ver com esse ar civilizado de Paraty, nada, nadinha a ver com barquinhos ancorados defronte cafezinhos metidos a besta. Talvez "Árvores Abatidas" do mesmo Bernhardt tenha mais afinidade com a atmosfera de falcatrua dessa Paraty. Ora, leiam toda a obra de Bernhardt, e concordarão comigo. Penso mesmo que Jorge Amado, o "baiano profundo", não tem cacife sequer para ser a micose de unha de um Juliano Garcia Pessanha, que - a propósito - é admirador número um da obra de Bernhardt .Menos mal que esse ano tenham convidado Pessanha. A palestra dele foi a melhor coisa que podia ter acontecido nessas plagas. Para quem não o conhece, J.P, além de ganhar a vida ensinando Blanchot e Cioran para as madames de Higienópolis, é autor de um livro fundamental chamado "Certeza do Agora". A vida é simples. Os livros do Juliano esgotados.
Um esclarecimento: Maria-rodapé não é um quitute que a mãe de Thomas Mann preparava quando sentia nostalgia de Veneza, mas sim um avanço tecnológico das antigas groupies dos tempos áureos do Rock and Roll. São garotas que, em suma, dão pros caras porque eles aparecem nos jornais, ou tem uma bandinha, ou, sei lá, usam camisetas pretas, ou nesse caso específico, frequentam jornais, antologias e revistas especializadas do circuito Vila Madalena-Paraty. Ou seja, tipos descolados que assobiam, chupam e entornam uma cana ao mesmo tempo, e não necessariamente escrevem coisas que valham a pena ser lidas. Isso é um detalhe, concorda dona Zélia?
Outro detalhe é o não-cachê dos escribas brasileiros. Nossos ilustres figurantes comparecerão por conta da militância. Isto é, ou acreditam nas causas do Unibanco, da TIM ou nas causas do marqueting próprio. Que o diga Gabriel Chalita - o ex-secretário da Educação do Estado de São Paulo – que, embora não tenha sido convidado oficialmente pela Flip, encarna o que os místicos chamariam de "espírito" da coisa. Chalita lançará (é o que diz o site dele) o livro de poesias chamado "Estações" aqui em Paraty. Um mimo esse rapaz. Os escritores gringos, na certa, além dos dólares (ou alguém pensa que um Christopher Hitchens da vida viaja de graça?), levarão cocares, mulatas, belos suvenires de nossa amada pátria, e lembranças dos tempos em que a colonização era somente um pretexto para arrancar nossas alminhas caipiras do respectivos couros. Depois de 500 anos, esgarçadas as alminhas, os gringos não precisam sequer de pretextos. Ninguém aqui tem coisa diferente de tubérculos no lugar do caráter, esses gringos tem mais é que se esbaldar. Viramos mandiocas. Bela festa, ainda bem que não fui convidado. Na mesa em que eu participaria – sim, meu nome foi malandramente limado pela organização do Festival - puseram um cara meio deprimido e engraçado a falar de quadrinhos, remédios e literatura. Boa performance. Claro que fiquei contrariado. E,antes que me acusem de gordinho recalcado, me antecipo. Sou recalcado porém emagreci. Esse texto tem, portanto, endereço e gênese ululantes: produto da minha pequenez e arrogância. Apesar disso, Reinaldo Moraes desembestou a tagarelar, e salvou o encontro. Felizmente dona Zélia Gattai não compareceu. Tropeçou no próprio autismo, e se machucou. Estou livre do casamento perfeito, dos causos e da lenga-lenga imortal dessa senhora. Ricardo Piglia também não veio. No seu lugar, chamaram José Miguel Wisnik. Quero estar bem longe na hora em que o professor da USP disser que o Caetano é um gênio. A velha lenga-lenga. Ah, Paraty. Ah, meu saco. Também não tenho nenhuma curiosidade em assistir a palestra de estrelas do jornalismo americano. Isso aqui não é uma festa "literária"? Não tenho nenhum interesse por apêndices ou restolhos de gênio "A" ou gênio "B". Será que a leitura da obra dos caras não é o suficiente? A mim me bastam minhas gambiarras e vaidade. Não estou nem aí com os "perfis" e eventuais entrevistas, excêntricidades e lápis apontados por fulaninho genial. Nem aqui, nem alhures. Se esses jornalistas misturam gêneros, talvez por timidez, ou algum tipo de ambição risco-zero, eu criei um estilo. Igualmente não faço diferença entre o velho e o mar, o melhor amigo, ou o barbeiro de Hemingway. Em tempo: também não acredito em biografias e na publicação de cartas de autores defuntos, acho isso de um oportunismo tosco, uma falta de delicadeza. Sobretudo não creio em "recriação". Mas creio em vampiros! Lilliam Ross, a famosa editora da New Yorker, está evidentemente puxando a sardinha para o lado dela. Independente do charme e do talento dessa senhora e de seus assemelhados, eles, a meu ver, jamais passarão de coadjuvantes. No máximo - e com muita boa vontade - eu diria que são fofoqueiros chiques. Bobagem da senhora Ross afirmar que o "romance-reportagem" remonta a uma tradição que vem de Daniel Defoe. Um livro - independente do gênero - se for bom,não precisa de alvarás para existir. Tanto faz se o autor é cozinheiro, alpinista, caixa de supermercado,ou um jornalista paparicado por seus iguais. Esse argumento é fajuto e facilmente contestado pelo simples fato de que na época em que Daniel Dafoe escreveu "Diário do Ano da Peste" ele, antes de ser comerciante, dono de jornal ou qualquer outra coisa, era um ESCRITOR, e o "Novo Jornalismo" era uma balela a ser inventada muitas décadas depois para dar um verniz a jornalistas bem-sucedidos metidos a estrelas de festa de pobre. Minha arrogância e vaidade não são nada perto da timidez ambiciosa dessa gente. Tenho que ser grosso e bater forte nesse caso. Isso aqui, caro leitor, é um serviço de utilidade pública. Um aviso para garotões sarados da nossa imprensa não se meterem a besta. Talvez não tenha utilidade alguma. Quem sou eu? Se um Daniel Piza da vida cismar que reinventou Machado de Assis, ninguém - nem a justiça que livrou a barra de Pimenta Neves - irá segurá-lo. Quem avisa amigo é. A única coisa animada nessa cidade é a arquitetura brega de um Supermercado que destoa da monotonia da paisagem e das vendinhas furrecas que o cercam. Devia chamar Supermercado Companhia das Letras (leia-se Unibanco). Seria a única coisa honesta que eventualmente poderia acontecer nesse lugar. João Ubaldo Ribeiro entendeu o safári que era isso aqui,e declinou do convite. Ou ainda. O vaivém de artistas e gente metida a artista para cima e para baixo é uma invenção dessa editora-agência bancária para promover seus autores, e futuros devedores. Nada mais do que isso. Foi assim até a segunda ou terceira edição. O negócio cresceu, a mídia mordeu a isca, e já estava dando muito na cara. Não podia ficar desse jeito. Aí convidaram uma enxurrada de pangarés de outras editoras, rappers, caetanos, chicos e tipos afins metidos a escritores para animar a festa. Até o Gugu Liberato, na segunda ou terceira edicão, apareceu por aqui. Dos "artistas", a meu ver, o animador de auditório foi o mais autêntico. Uma vez que não teve de representar nada diferente do que efetivamente faz e do que realmente é. Um palhaço sem talento no picadeiro de um riquíssimo cirquinho de horrores.

Definição


NEOLIBERALISMO - Quando a mãe da gente deixa de ter um valor e passa a ter um preço.

- E tem gente que não nota.

- E tem gente fudida que até gosta.

Durma-se com um barulho destes.

15 de jun. de 2007

Paris - Descrição do século 18

Sobre o problema dos mortos na Paris do século 18 Foucault cita o exemplo do “Cemitério dos Inocentes”, no centro da cidade e reservado para pessoas que não podiam pagar um túmulo individual :


“O amontoamento no interior do cemitério era tal que os cadáveres se empilhavam acima do muro do claustro e caiam do lado de fora. Em torno do claustro, onde tinham sido construídas casas, a pressão devida ao amontoamento de cadáveres foi tão grande que as casas desmoronaram e os esqueletos de espalharam em suas caves provocando o pânico e talvez mesmo doenças. Em todo o caso, no espírito das pessoas da época, a infecção causada pelo cemitério era tão forte que, segundo elas, por causa da proximidade dos mortos, o leite talhava imediatamente, a água apodrecia, etc. este pânico urbano e característico deste cuidado, desta inquietude político-sanitária que se forma à medida que se desenvolve o tecido urbano”.

Rio de Janeiro - Descrição de 1845

Por Miguel Antonio Heredia de Sá - Em Algumas reflexões sobre a cópula, o onanismo e prostituição no Rio de Janeiro (tese) Typ Universal de Laemmert, 1845.
( Em O medo na cidade do Rio de Janeiro, de Vera Malaguti Batista – ed. Revan 2003 )

Situado quase debaixo do tropico de Capricornio e proximo a escapar-se á zona torrida, em a extremidade de uma extensíssima campina representando o fundo de uma bacia, circundada por vasta cadeia de elevadas serras, mananciaes inexhauriveis de copiosissimas aguas, jaz edificada a cidade do rio de Janeiro. Seu solo é baixo, elevando-se nos lugares mais altos a 11 palmos apenas acima das marés altas, humido e perfeitamente impregnado d´agua; sua atmosphera não renovada e constantemente saturada de vapores aquosos, miasmas paludosas, hydrogenio carburetado, e de muitos principios deleterios. Os morros de S. Bento, Conceição e s. Diogo, que correm na linha de Leste a Nordeste, Norte e Noroeste; e os ventos vespertinos, mareiros, mais fortes, que soprão do sul, suduéste e suéste, se embatem em os morros do Castelo, Santo Antonio e a cordilheira de Santa Tereza. O clima indefinivel, estações confundindo-se sem se extremarem constante de temperatura, descendo ou subindo o thermometro em poucas horas oito a dez gráos, não abaixando mais contudo alem de sessenta gráos (F). As ruas estreitas, seguindo a direcção, as principais de Leste a Oeste, banhadas de manha e de tarde pelo sol, crusadas por canos de esgoto, muitas immundissimas com pequena ou nem uma elevação acima do nivel do mar. Casas de pequenas frentes, grandes fundos, nada ventiladas, e formigando de habitadores. Praias immundissimas. Templos atulhadissimos de cadáveres.
Resulta pois que a atmosphera impregnada de principios deleterios, de gazes nocivos, o ar degenerado, não pode se prestar convinhavelmente a respiração, e que a hematose e imperfeita, e o sangue depauperado de principios vivificadores. A grande quantidade d´agua que sob a forma de vapores satura a atmosphera, que não achando esgoto pelo nenhum declive do solo se há evaporado, concentrado e retendo os raios caloriferos produz uma temperatura elevadissima, que enlanguece os corpos, entorpece as funcções pelo extremo suor constante e excessiva excitação do sistema cutaneo. Os pulmões não permeados perfeitamente pelo ar, visto seu peso ser menor pela grande rarefacção atmospherica, e por causa dos vapores aquosos, são anormalmente excitados pelo brusco abaixamento de temperatura, que condemnsando mais o ar atmospherico obriga-os a uma respiração forte e enriquecida de oxigenio fazendo convergir para ahi as forças vitaes, que o demasiado calor e da humidade fazem predominar os sistemas muscular e as forças digestivas, empobrecendo o systema arterial e predominando o venoso, maxime a veia porta, onde a extasis congestiva do sangue predispõe ou antes determina a disposição hemorrhoidaria. As emanações miasmáticas exhaladas dos pantanos existentes mal aterrados, e as que vem acarretadas pelos ventos terraes, produzem as affecções intermitentes tam abundantes.
A constituição physica dos habitadores d´esta aliás bellissima cidade não pode permanecer refractaria a acção morbifica de agentes tam desorganizadores. Seu physico e seu moral são, permitta-se-nos a phrase, entorpecidos por causas tam elanguescentes. O temperamento limphatico, nervoso e melancolico são os predominantes; e as afecções cutaneas, as intermittentes, as pulmonares, sobre todas a tisica ; sim, a tisica, essa enfermidade devastadora pesa sobre nos, terrivel como a ira do senhor, e legada como um anathema de exterminio de geração a geração, decíma os Fluminenses, encarnecendo dos esforços desesperados da sciencia, e desanimando os mais incansaveis medicos, que amerceando-se da humanidade, embalde se esforçam a fazer para este flagello horrivel, que a cada momento enluta as familias, roubando-lhes prendas mais caras”.

Desenhos, carros


O prazer de admirar desenhos de magníficos carros, aqui e aqui.

9 de jun. de 2007

DKV ( ou divagação é...)


Dia destes alguma consulta na Wikipedia me levou a isto, que coisa esta internet.
Ainda hei de chegar a uma conclusão oficial que me ilumine os apreços que tenho pela rede ante meus desamores pelo computador - que a princípio considerei tratar-se não mais que um incrível misto de máquina de escrever e arquivão de luxo - mas que (com seus irmãos os robôs) desde os demos Reagan-Thatcher-João Paulo II-Solidariedanosc só tem se comprovado enorme máquina de desemprego e infelicidade.
Lembro de uma notícia anos atrás, anos de lesa-pátria-FHC, de que a Antartica ia fechar uma fábrica em São Paulo e desempregar quase três mil empregados, substituída por uma nova fábrica robotizada - financiada com recursos do FAT, o Fundo de AMPARO aos Trabalhadores ! - não parece coisa do Zé Simão ?

Para quem gosta e para quem não gosta de carros, a delícia de que falo está aqui.

Durma-se com um barulho destes

Sempre me impressionou - ao contrário de nosotros caiçaras y caipiras - os níveis de desenvolvimento e de consciência política dos vizinhos argentinos

No entanto, Camões vivendo e aprendendo :

Nós elegemos e reelegemos o lesa-pátria sonso


Mas eles elegeram e reelegeram o lesa-pátria cafona Mayor


Na próxima encadernação quero muito mesmo entender as tais de massas.

Piada



Às vezes sentia não haver guardado uma boa, mas hoje ela retornou, antiguinha mas sempre ótima :
"REMORSO DE GAÚCHO"
Um gaúcho entra na policia em Uruguaiana e dirige-se ao delegado:
- Vim entregar-me, cometi um crime e desde então não consigo viver em paz.
- Meu senhor, as leis aqui são muito severas e são cumpridas e se o senhor é mesmo culpado não haverá apelação nem dor de consciência que o livre da cadeia.
- Atropelei um argentino na estrada BR-472, perto de Itaqui.
- Ora meu amigo, como o senhor pode se culpar se estes argentinos atravessam as ruas e as estradas a todo o momento?
- Mas ele estava no acostamento.
- Se estava no acostamento é porque queria atravessar, se não fosse o senhor seria outro qualquer.
Mas não tive nem a hombridade de avisar a família daquele homem, sou um crápula!
Meu amigo, se o senhor tivesse avisado haveria manifestação, repudio popular, passeata, repressão, pancadaria e morreria muito mais gente, acho o senhor um pacifista, merece uma estatua.
Eu enterrei o pobre homem ali mesmo, na beira da estrada.
- O senhor é um grande humanista, enterrar um argentino, é um benfeitor, outro qualquer o abandonaria ali mesmo para ser comido por urubus e outros animais, provavelmente até hienas.
- Mas enquanto eu o enterrava, ele gritava : Estoy vivo, estoy vivo!
- Garanto que era mentira dele, esses argentinos mentem muito !
Só trocaria 'argentino' por 'portenho'. Convivi bastante com gentes do interior, todos gente fina. Mas morro de medo quando em Buenos Aires ou com um portenho à volta em qualquer lugar. Aliás, queria muito algum dia descobrir de onde tiram aquela segurança que têm, ao contrário de nosotros macaquitos. Já reparei até crianças de 10 anos com aquela soberba ! Imagino que tenha algo a ver com a história de Buenos Aires - um mega-porto de contrabando louco e livre desde o século 17.
Na guerra do Paraguai, aquela coisa escrota capitaneada pelo Império, os caras aproveitando prá superfaturar geral encima das vendas ao brioso exército brasileyro, sem mandar quase nenhum soldado.
Também me ocorre o nível de crueldade da ditadura que tiveram, essa coisa de enfiar facão em barriga de mulher grávida. Nem o Idi Amin Dada.

Mas nos dão de dez em cinema.

7 de jun. de 2007

Sem companhia

Acho que as pessoas que moram sózinhas não fazem comida porque se sentiriam como o Dave no 2001.

Merry Christmas

Clipe tocante de "Merry Christmas" ( John Lennon )
- Clique na imagem -

Quem não se emocionar pode identificar-se abaixo:

(__ ) poste

(__ ) porta

Nomes de filmes

Alain Delon

Não sei se é piada que o ótimo filme "O sol por testemunha" em Portugal teve o nome de "O gajo enrolou-se na hélice", entregando o final do filme.

Será o motivo de não constar do IMDB ?
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( Título original : "Plein soleil" )

Also known as :
Pleno sol Argentina / Spain
Purple Noon UK / USA
Blazing Sun UK
Delitto in pieno sole Italy
Full Sun Australia (literal English title)
Het sol Sweden
Kuuma aurinko Finland
Lust for Evil USA (reissue title)
Nur die Sonne war Zeuge West Germany
Ragyogó napfény Hungary
Sol por Testemunha, O Brazil
Zeuge schweigt, Der Austria

Correspondências


São deliciosas leituras as correspondências de grandes escritores com seus amigos. Registro uma recém trocada com meu irmão, em luz de monitor - que nunca virarão inocentes folhas de papel envelhecido.
-----Mensagem Original-----
De: irmão
Para: irmão
Enviada em: quarta-feira, 6 de junho de 2007 15:05
Assunto: gerais

Mano,

Fiz o joguinho e mandei para uns amigos, falta muita ou total sensibilidade nas máquinas, elas só executam rapidamente as coisas. Comigo, por duas vezes ele não chegou ao fim no objeto ou coisa que eu havia pensado, e, depois, fica dizendo que metal não é mineral, que baleia não é comestível, e assim vai... legal, mas fraco por ser mecânico. Conheço um de cartas ou números com umas 48 variáveis que se faz de cabeça, eliminando por perguntas e se chega exatamente a carta ou ao número que a gente pensou por exclusão como este, e sem erro, é o que deve ter originado este ai, que com um número enorme de variáveis se confunde e erra. Hoje está se atribuindo muitas coisas à informática, mas não é bem assim, tal qual aquela de números que me mandaste, aquilo é milenar e árabe, como sabes, só que com pirâmides coloridas, musiquinhas ao fundo etc..etc.. no final uma assinatura de fulana de tal... É válido somente para a relembrança.
Carro na rua: - Não deixo um minuto que dá azar. Domingo fui almoçar na minha filha, tomei um uísque e fui dormir, na rua tudo deserto, a tarde linda, quando voltei para casa notei que o carro estava aberto, mas, não tinha desaparecido nada, inclusive talões de cheques no porta-luvas permaneciam, tudo bem. Três dias depois fui colocar algo no porta malas e me apoiei no estepe e não tinha mais, zero quilômetro, nunca rodado. São especialistas, abrem o carro, vão direto ao estepe e levam somente ele, fica o macaco, a porca, o triângulo e até se tiver outras coisas, permanecem como estão, comprei outra usada por 100 pila.

Abraços do irmão
De: irmão
Para: irmão
Enviada em: quinta-feira, 7 de junho de 2007 17:43
Assunto: Re: gerais

Boa análise das tentativas cibernéticas.
Até agora de longe o principal efeito desta coisa foi aumentar desemprego com computadores, robôs, etc. E a concentração de renda.
Lembro de rever, anos atrás, um filme do Hitchcock em que o cara trabalha numa seguradora. A cena do lugar é incrível : igual a um ginásio coberto, as salas dos chefes ao redor e acima, ligadas por uma varanda aberta. No piso de área enorme, centenas de mesas e pessoas, cada uma com sua máquina de escrever. Lembro que nas mesas vazias a máquina estava em pé.
E pronto - alguns bits e todos perderam o emprego. Que maravilha a modernidade ! Tem gente que acha ótimo, claro que entre os humanos gostar da situação requer apenas e tão somente (êpa) estar ganhando bem. Veja-se como votam os americanos, por exemplo, só importa estarem podendo consumir.

A dos números era muito bonita. Eu não conhecia, ao menos deste modo como fizeram na apresentação de slides. Não gosto de matemática, mas como muitas coisas do universo, é uma óbvia manifestação de que se dizer que 'não se acredita em deus' é uma afirmação relativa, ou então o cara é um poste ou uma porta. Sábio acho que é não se acreditar no deus das religiões cristãs, rebaixado a gerente de lanchonete, que fica lá encima debruçado no balcão só dando esporro nas pessoas, tipo "êpa, tira a mão daí".
Já tudo que existe só vem a comprovar que a gente é piolho, que existe ALGO muuuuuuito superior, que pode até ser simplesmente eletricidade. Mas que a gente é piolho é, ainda que até estes piolhos sejam uma obra magnífica.

A coisa dos carros é interessante. Claro que é uma merda se viver num país assim (retornando ao assunto inicial, 99% dos ladrões, se houvesse emprego, prefeririam ter um, com uma casinha, uma mulherzinha e uma filhinha, morrer de velho e não antes dos trinta).
Interessante porque, por outro lado, estive pensando que sempre tive muita sorte - de verdade em batidas, nunca dei uma e só levei duas em uns 37 anos "governando autos", como diziam os velhos dessas bandas. Tu deves ter números maiores porque és muito agressivo dirigindo, desde a 'pechada' com o Austin na esquina do Avenida. Lembro que a grade de antimônio se quebrou toda ( uau, antimônio niquelado ! )

As famílias também são interessantes. Acho que a grande maioria é gente boa, que não tem iniciativas de fazer mal 'ao próximo'. Conversando com um parente idoso aí, ele comentou sobre o pai e mãe, que o namoro deles e o casamento encantou a todos, porque os dois eram pessoas excepcionalmente boas e doces ( até um pouco demais, não ? Provavelmente por causa da religião, um atraso de vida ). Assim, nós todos irmãos somos boas pessoas.
Ter sido casado com uma pessoa boa, ter tido um filho igual, acho que foram as melhores coisas da minha vida.

Bueno, tá ficando filósófia demais prum feriado tranqüilo, né ?

Abraço ao meu bom e estimado irmão.

Star Wars


E mais um montão de incríveis desenhos-conceito neste Flickr.

6 de jun. de 2007

Efeitos


O filme deve ser bom : 'O homem duplo' (A scanner darkly), mais um do acervo do Philip K. Dick (Blade Runner).
Mas pensei mesmo para mim que gosto destes efeitos :


Tempos atrás consegui este no Corel Photo Paint, a partir de foto de meu filho :

4 de jun. de 2007

E viva o Chavez !

No ano passado assisti na TV Senado um documentário feito por dois irlandeses sobre a Venezuela de Chavez em 2002. O interessante é que os gajos tiveram a fortuna de estar bem dentro do palácio filmando tudo enquanto aconteceu toda a tentativa de golpe contra o Chavez. O emocionante e revoltante foi ver este outro lado, completamente diferente do que a nossa maldita imprensa fica nos falando. O máximo foi assistir a cena editada dos "chavistas" atirando contra uma manifestação de cima de um viaduto (a cena que 'nos mostraram' no Brazyl), no documentário está a cena sem edição, onde a câmera continua filmando e mostra a avenida 'da manifestação' embaixo do viaduto...completamente vazia, sem viva alma ! Os que atiravam estavam apenas combatendo um franco-atirador que já tinha matado dez pessoas !

Surgiu na internet o documentário, "A revolução não será televisionada", a verdade sobre a Venezuela, sobre o Chavez e sobre o golpe. Imperdível !

O documentário inteiro (1 hora e 14 minutos) em inglês aqui.

Legendado em português em 3 partes aqui, aqui e aqui.

Bons e completos comentários aqui.

O site oficial do filme aqui.


Manifestação em apoio à decisão de não renovar a concessão da RCTV ontem, dia 2 de junho.