30 de jan. de 2013

Brumas

De infâncias no sul do Brasil.

Revivências em 2005 - aposentadoria e umas viagens ansiolíticas.

O Teatro Sete de Abril em Pelotas.

Apresentação de "Maria Conceição canta Martim Cesar"


A música de José Carlos Schwarz, da Guiné Bissau


Um músico pouco conhecido entre nós é José Carlos Schwarz, da Guiné-Bissau.
Para quem não conhece o crioulo de lá é muito interessante prestar atenção nas letras, falam sobre os tempos da luta: "Que que minino na tchora" = "Porque o menino chora".
Em 1970 formou a banda "Cobiana Djazz". Em 1977 iniciou sua carreira na Embaixada da Guiné-Bissau em Cuba. No dia 27 de Maio do mesmo ano, morreu em acidente de avião próximo a Havana.



A Guiné foi o Vietnam de Portugal, a escalada da luta levou ao fim do salazarismo. Lá os jovens portugueses passaram a morrer, fato novo nas férias tropicais dos dois anos de serviço militar obrigatório até então. Diferente foi Moçambique e Angola, terras ricas, o que tornou quase impossível a luta,  sempre massacrada pela África do Sul e os EUA-CIA.
No YouTube tem diversas músicas dele, mas este site tem muitas para ouvir ou baixar, onde recomendo algumas do disco "José Carlos Schwarz et le Cobiana Jazz" (pesadas - formato wma):

Tio Bernar
Paulo Nanque
Que que minino na tchora
Myndieres de pano preto
Estin

Vivi na Guiné-Bissau nos anos 70 como professor voluntário da ONU.
Uma das maiores recordações boas da vida.

Sodade

Por quase dois anos morei na Guiné Bissau. Era 1978-79, tinha uns 30 anos de idade. Fazia um casal com minha mulher, a irmã dela e sua filha. Na Ilha de Bolama formávamos um grupo conhecido pelas gentes de lá tendo como referência a menina Barbara, de quatro anos.
Então
- O agente principal era a Barbara - a 'Barba'.
- A Maria Alice era a 'mãe de Barba'.
- A Indalécia, minha mulher - era a 'tia de Barba'.
- Eu era o 'tio de Barba'.

Bonga e uma outra grande - Maira Andrade

Isso não passa de um cenário rápido, pois o que eu queria mesmo falar era de 'Sodade', cantada pelo Bonga - a melhor interpretação dessa música mágica do Cabo Verde e Guiné Bissau (o Caetano pegou o bonde andando quando se entusiasmou com a Cesária Évora).
A sugestão é servir uma bebida forte - para aflorar o espírito - aumentar o volume - então viajar:



17 de jan. de 2013

Filme: "Os sentidos do amor" - 2012

★★★★ 


 
"Os sentidos do amor" foi o bobo nome dado no Brasil para "Perfect Sense"
(UK, Suécia, Dinamarca, Irlanda)
Um cozinheiro e uma cientista se apaixonam enquanto uma epidemia começa a tirar das pessoas os sentidos.
Filme impecável. Por exemplo, a adaptação das pessoas após perderem o paladar, a importância que passa para o cheiro, as cores, a textura, a maciez, o ritual, etc.


Filme : "Klute" - 1971

★★★★ 


 
Ontem revi o filme Klute.
Não lembrava muito (como não lembro bem de nada), mas achei muito bom.
Claro - é do Pakula, boa referência. O tema é interessante, as gravações analisando algumas psiquês da prostituição. O lance de proporcionar o afloramento de doencinhas que se não fosse isso tantas passariam despercebidas pela vida (dos homens).
Mas para mim o grande lance do filme é passar umas duas horas ... apreciando a Jane Fonda ! Não é à toa que ela levou Oscar, Globo de Ouro, etc.
beijo,
PS: O nome do filme não devia ser Bree - o nome dela, e não o nome dele ??


16 de jan. de 2013

Filme - "O banheiro do Papa" - 2008

★★★★ 



 
Anteontem assisti a um filme uruguaio "El Baño del Papa", muuuuuito bom. E me deu saudades dos interiores do Uruguai. O filme é uma obra ao mostrar tão bem aquela pobreza de estagnação.
Fala duma visita do papa polonês da CIA à cidade de Melo. As expectativas dos pobres da cidade, (que viviam de contrabandos de Aceguá-BR em bicicleta !) e os exageros da imprensa nanica local foram crescendo e todos fizeram milagres pra comprar coisas de comidas pra vender pra toda a gente que viria, principalmente brasileiros (no final se falava em 300 mil pessoas). O personagem principal teve a idéia de fazer um banheiro pra ganhar dinheiro (o que tinham era casinha de táboa) e todo o filme foi dos sacrifícios pra fazer o tal banheirinho.
Pois apareceram só umas 300 pessoas na visita do papa a Melo, e tudo teve que ir pro lixo.