21 de abr. de 2007

O primeiro controle remoto

Desenvolvimento

Se o país se desenvolvesse, acho que algum dia Pântano do Sul em Floripa seria assim.
Ou seria Pedra de Guaratiba, no Rio ?

Outro dia comentei com alguém que as favelas cor de tijolo do Rio eram uma homenagem à Votorantim e o cimento caro do Brasil. Ele falou que os do tráfico não deixam que se reboque e pinte as casas para não haver referências. Não sei.

Mas lembro do Ciro Gomes ministro da fazenda do Itamar esbravejando zerar a alíquota de importação de cimento da Hungria ou sei lá de onde, por uns 20% do nosso preço, que não rolou, o cara é bom de esbravejar mas não respeita a mulher dele e é autoritário além da conta. Além de psico-auto-destruidor.

O que rolou na nossa vida foi o bobão-honesto do Itamar chamando o príncipe dos sociólogos, o tal fhc, que almejava - obedecendo aos seus mais profundos, primários e sonsos instintos - apenas qualquer embaixada no circuito 'Elizabeth Arden' [ perfume barato daqueles tempos ]: Roma, Paris, Nova Iorque.

A seguir só rolaram novas armadilhas inteligentes (a do Collor foi nova-primária), a partir da dificuldade dos pobres com aritmética (o milagre do Real), e a do Lula com a oficialização da compra-de-votos via Bolsa não sei o quê.

Ah, na viagem desse post também me ocorreu - a propósito da Votorantim/Antonio Ermírio - do quanto os paulistas se indignam com corruptos do governo, e do quanto relevam qualquer fato que diga respeito aos corruptores.


Abandono



Pergunta

Ocorre a alguém o outro lado da invasão do Iraque ?

Adesivos


"A vida é muito curta para se ter o trabalho errado"

Sonzão


Se o país fosse desenvolvido, acho que seria esse o sonho de consumo de gentes das cidades do interior. É mole ?

Língua de gato

Primeiro prêmio da Digital Camera Magazine 2006, de Billy C P Law.

Rádio relógio


"Cultura inútil" costumava-se dizer do que a Rádio Relógio do Rio de Janeiro ficava narrando entre os 'pings' a cada minuto, esses conectados ao relógio atômico da hora oficial do país, no Observatório do Valongo. Entrava a primeira locutora oficial do aeroporto do Galeão, Íris Lettieri, e dizia : "Ao sinal, serão... treze horas...vinte minutos...zero segundos > ping !" daquele jeito editado.

Mas a cultura inútil vinha no meio, tipo "Você sabia ? Que a mosca voa a 40 quilômetros por hora ?" Foi tema do filme "A hora da estrela", o namorado da protagonista só repetia as coisas da Rádio Relógio, que ficava ouvindo no trabalho.
Hoje os equivalentes replicam a Veja, o Fantástico e até o tal BBB.

Mas só queria mesmo falar dessa pérola que acabo de ler navegando :

"Se a população da China passasse por você em fila indiana a fila nunca acabaria, devido à taxa de natalidade"

What´s porr´s that ?

Mas desde que quem espera sempre alcança, também rolou essa :

Será que os analfabetos absorvem as vitaminas de uma sopa de letras ?


20 de abr. de 2007

Propaganda x realidade

O site Ads vs. Reality dedica-se a publicar as fotos dos anúncios de comida-porcaria e as fotos das porcarias reais que entregam. As comparações só não mais vergonhosas porque as gentes comem porque querem.

A 'modernidade' vai ousando invadir as relações comerciais com liberdades interessantes de direitos civis. Afinal, com tantas leis anti discriminatórias, porquê mesmo que a maioria das religiões tratam as mulheres como sub-seres ?
Desenquadram-se das leis pelo fato de FAZEREM PORQUE QUEREM.



Nas fotos, um 'Whopper' da Burger King, antes e depois do sujeito ser enganado.

O site também tem uma coleção de fotos de anúncios com modelos que parecem estar peidando.

Testdive : o novo Blogger

Após algumas horas tentando um layout do 'novo' Blogger tão bom quanto este velho, estas foram as conclusões :

Para facilitar uma ou duas bobeiras para 'dummies', adotaram completamente a linguagem Java. Conhecendo html me parece que - para este nível de conhecimento e uso - Java é o maior pentelho.

As vantagens são de mais opções de layout ( que poderiam ser oferecidas no antigo ) e a opção de Marcadores (labels). Engraçado é que voltando para o modelito antigo os Marcadores criados permaneceram embaixo de cada postagem, mesmo não havendo a coluna lateral dos ditos cujos.

Os comandos mais simples de 'abrir em nova janela' nos Favoritos, de centralizar e dar espaço, de inserir bobeiras como o "Eu amo o Firefox", na coluna da direita, tornam-se quase impossíveis. A não ser que você aprenda Java !

Sei lá, "seu Google", mas fiquei com uma leve sensação de raciocínio usual de vocês do tipo "implantar a democracia no Iraque" : fodam-se os milhões de iraquianos mortos.

Ou distribuir laptops em javanês para todas as crianças da Bolívia.

19 de abr. de 2007

A questão nacional


Muito bom o artigo do Roberto Mangabeira Unger na "Folha" de hoje (17.04.2007), sobre um paradoxo brasileiro: a identidade nacional está presente nas classes mais populares e desassistidas e ausente das elites, ao contrário de todos os países com projetos de afirmação nacional.

"Essa falta de identificação com o Brasil por parte dos que podem e sabem não é apenas desastre, é também anomalia. Na história dos grandes países modernos, a afirmação nacional tem sido comumente projeto das elites, sobretudo das elites do poder e do pensamento. A tal projeto só depois se costumam converter as maiorias.

Entre nós, as maiorias não precisaram ser convertidas. E não conseguiram converter os endinheirados, os letrados e os mandões.

A forma característica do descomprometimento com o Brasil hoje é cosmopolitismo frívolo, comodista, acovardado, orgulhoso de sua desilusão e, sobretudo, ignorante. Ignorante do papel decisivo que a confiança na originalidade coletiva e a busca de caminho novo desempenharam na formação dos países a que esses mesmos desiludidos se curvam. O colonialismo mental encontra pretextos no discurso da globalização e instrumentos nos fatalismos que proliferam nas ciências sociais".
Em "Luiz Nassif Online"

14 de abr. de 2007

Universo

O Blog Bad Astronomy escolheu as 10 melhores fotos espaciais de 2006. Esta de Saturno é a melhor na escolha do blogueiro Phil Plait.
Foi tirada pela sonda Cassini no dia 15 de setembro de 2006. O gigantesco planeta está com o Sol atrás, criando sombra para tornar a foto possível.
A extraordinária visão é uma montagem de 165 fotos tiradas pela grande-angular da nave durante três horas. O mosaico inteiro consiste em três fileiras de nove fotos cada, e esta foto é uma pequena parte do mosaico inteiro. As cores da imagem foram digitalmente criadas através de diversos filtros, para tornarem-se próximas das cores naturais do planeta. A passagem da nave pela sombra de Saturno durou cerca de doze horas.
O planeta estava a 1,6 bilhões de km da Terra !


Como a imagem original é de alta resolução (disponível em ciclops.org), é possível aproximá-la o suficiente para que mostre a Terra : é o pontinho branco acima !

E saber que nossos pecados capitais baratos e inerentes - ego-vaidade-ambição - estão destruindo esse pontinho lindo. Ninguém merece !

Não lembro ...



WASHINGTON - Um paciente ajudou um grupo de médicos dos Estados Unidos a descobrir que os homens que se submetem à vasectomia correm risco de sofrer um tipo de demência caracterizado por transtornos de linguagem.
Um estudo publicado nesta terça-feira (13) pela revista Cognitive and Behavioral Neurology informa o risco de Afasia Progressiva Primária (APP), que provoca dificuldades para lembrar e compreender palavras.

Os pacientes perdem pouco a pouco a capacidade de entender sua própria linguagem. A doença é diferente do mal de Alzheimer, que constitui um desequilíbrio da memória.

Segundo os pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade Northwestern, a relação foi descoberta quando o paciente, que havia passado por uma vasectomia aos 43 anos, percebeu que estava começando a perder a memória.

A vasectomia é uma intervenção cirúrgica na qual se cortam os vasos que conduzem o sêmen.

Segundo Sandra Weintraub, a autora principal do estudo, para confirmar suas suspeitas o paciente entrou numa sala onde havia nove pacientes de APP e perguntou quantos deles tinham passado por uma vasectomia. Oito levantaram as mãos.

Weintraub e sua equipe analisaram então o caso de 47 homens com APP e o de 57 sem problemas de afasia. Todos tinham de 55 a 80 anos.

Dos homens saudáveis mentalmente, 16% tinham se submetido à vasectomia. Mas 40% dos que sofriam de APP tinham sido operados.

"É uma enorme diferença", comentou Weintraub, diretora de neuropsicologia do Centro de Doenças Cognitivas, Neurológicas e Alzheimer.

Os vasectomizados começaram a sofrer de afasia mais cedo (58 anos) em comparação com a média de 62 do outro grupo.

No entanto, a conclusão do estudo não é de que a vasectomia seja uma operação negativa, com efeitos secundários graves. "Pode ser um fator de risco", diz a pesquisadora.

"Não quero que ninguém se assuste e recuse uma vasectomia. É preciso realizar uma pesquisa mais ampla", acrescenta.

Para ela, é possível que nos pacientes vasectomizados o sêmen passe para o sangue e provoque uma reação imediata do sistema imunológico. A partir desse momento o corpo começa a produzir anticorpos que seriam os causadores da demência.

Weintraub comparou a situação com certos tumores cancerosos que produzem anticorpos, que, ao chegar ao cérebro, provocam uma doença semelhante à encefalite.

A idéia agora é fazer um estudo em nível nacional para ver se os resultados serão confirmados.

Notícia aqui

Ingenuidade


Parece que não aconteceu, quando a gente pretende ter consciência da própria cabeça.
Acho que pelos anos oitenta, vi uma notícia acerca de uma feira dessas internacionais de armamentos. A notícia destacava um artefato que parecia um fogão.
O artefato simplesmente reproduzia um cogumelo atômico de fumaça, tamanho natural.
No tempo dos yuppies, do Reagan e da Thatcher, do papa-da-cia e do Gorbachov - no tempo do Grande-Complô que botou o planeta a passar fome, aquela notícia me assustou - naquele tempo a gente ainda se assustava.

Mas que nada ... ainda iam rolar muitas desenvolturas no cinismo e na competência do stablishment.

As palavras e as coisas

Adorei o artigo do grande Emir Sader, abaixo reproduzido. Mas quando crescer ( ou na próxima encadernação ) quero muito conseguir sentir os fatos da vida que nos arrodeia de um modo equilibrado, sem pensar logo "Cambada de filhos-da-puta !", "a porra do dinheiro é que manda sem nenhuma desfaçatez !"
Mas aí leio os comentários e constato que aparentemente a maioria é 'contra'. Então tento refletir do alto das tantas décadas : "que côsa estes humanos, o pessoal que engole redondo as putarias da imprensa ( e fica repetindo no trabalho no dia seguinte, e-ou nos encaminhamentos de imeius pros amigos ) não é necessariamente nascido em berço esplêndido, a maioria apenas repete o que ouviu dos pais ( em geral - maioria - fudidos e explorados )".
O zen ômetro estoura em 0,1 e encerro tanta reflexão : " Medíocres safados, ao paredão com todos eles, que se enforquem uns nas tripas dos outros !"

Feitas para designar as coisas, as palavras podem perfeitamente escondê-las. Não fosse assim, o enunciado de algo desvendaria o seu significado. Mas quem trabalha com palavras sabe das armadilhas que elas podem conter. Elas podem se prestar para manipulações ideológicas. Vamos abordar um caso muito significativo e difundido nos discursos contemporâneos, reproduzidos usualmente pela mídia.
Um jornalista holandês aborda a utilização de algumas palavras para se referir ao conflito entre Palestina e Israel, e como elas revelam operações ideológicas que precisam ser decifradas. Joris Luyendijk usa exemplos da cobertura desse conflito para demonstrar como a forma pela qual se denominam as coisas imprime imeditamente um caráter ao noticiário e ao sentido mesmo do conflito.

Devemos usar “Israel”, “entidade sionista”, “Palestina ocupada”? “Intifada”, “novo Holocausto”, “luta de independência”? Os territórios são “questionados” ou “ocupados”? Devem ser “cedidos” ou “devolvidos”? Trata-se de uma “concessão” se Israel chegar a cumprir as decisões de tratados internacionais que caracterizam os territórios como ocupados e que devem ser devolvidos?

Não há palavra neutra, diz ele. E nos convida a um exercício de múltipla escolha, diante da notícia de uma agência internacional:

“Hoje na Judéia e na Samaria / nos territórios palestinos / nos territórios ocupados / nos territórios disputados / nos territórios liberados, três palestinos / inocentes / terroristas muçulmanos foram eliminados preventivamente / brutalmente assassinados / mortos pelo inimigo sionista / pelas tropas de ocupação israelenses / pelas forças de defesa israelense.”

Reescreva como lhe parece que deva ser dada a notícia e eu te direi quem és, qual a visão que tens do conflito, das forças que se enfrentam e, ao mesmo tempo, das agências de notícias e da imprensa que reproduz suas versões.

E Joris se pergunta: por que um judeu que reivindica a terra que foi foi dada por Deus é um “ultranacionalista”, enquanto que um muçulmano que pensa da mesma forma é um “fundamentalista”? Por que um governante árabe que escolheu uma política diferente daquela dos ocidentais é um “anti-ocidental” e um governante ocidental que escolheu uma política diferente daquela dos orientais não é chamado de “anti-oriental”? Alguém já viu um líder político estadunidense ser chamado de “radicalmente antiárabe”? Já viram o governo Bush qualificado de “um governo radicalmente antiárabe”?

Um dirigente israelense que acredita no diálogo é chamado de “pomba”. No entanto um palestino que acredita na mesma via é chamado de “moderado”, para dar uma idéia de que a violência se instalou no coração de cada palestino, com alguns dentre eles conseguindo “moderar” essa natureza profunda. E enquanto Hamas “odeia” Israel, nenhum partido ou líder israelita jamais “odeia” os palestinos, mesmo quando pregam sua expulsão. Neste caso trata-se de uma “limpeza étnica”? Ou de uma “deslocação involuntária”? Ou simplesmente de uma “transferência”?

A grande mídia ocidental não usa a palavra “ocupação!” para desginar os territórios palestinos sob controle militar de Israel. Pedem à Autoridade Palestina que modere a resistência, procurando que ela “demonstre que não fez o suficiente contra a violência”. Mas não se explica aos ocidentais o terror, a opressão, a humilhação que se esconde por detrás das palavras “ocupação”. Os correspondentes ocidentais falam dos “sangrentos atentados suicidas”, mas nunca da “sangrenta ocupação”. Os mortos isralenses – três vezes menos que os palestinos – têm nome, sobrenome, cara, família, emprego, amigos, bairro e casa em que mora, enquanto que os palestinos desaparecem sob a expressão – terroristas palestinos e outras versões afins.

Fidel Castro é invariavelmente “ditador”, não sendo chamado assim o presidente egípcio Moubarak ou o presidente paquistanês Mousharaf ou os dirigentes de países árabes aliados do Ocidente. Como tampouco os ditadores brasileiros – Castelo Branco, Costa e Silva, Médici, Geisel e Figueiredo -, todos ex-presidentes brasileiros, segundo a imprensa local.

Os canais de noticiário costumam caracterizar seu trabalho com lemas como “Nós informamos, você decide”. Mas fica claro que o tipo de informação – e de palavras para designar quem é quem em cada conflito e qual sua natureza -, condiciona fortemente, quando já não contem em si as respostas daquilo que aparentemente está perguntando.

Do : Blog do Emir Sader

12 de abr. de 2007

Descriminalização


Sem maiores aprofundamentos - que seriam interessantes - imagino um belo dia em que as drogas fossem legalizadas.
No dia seguinte, intermináveis filas de perdidos traficantes nas prefeituras, fazendo requerimentos de alvarás de funcionamento de farmácias prá venda dos elementos a preço do tal mercado.
Com a desmobilização do aparato drogatício passaria a sobrar verbas para assistência pública aos humanos que se viciam em qualquer coisa, até futebol. Os pais passariam a prestar mais atenção ao tipo de gente que são e que tipo de filhos estão criando.

(outro dia continuo imaginando, coisas como upgrades massificados de intelecto e reflexão, esvaziamento do culto ao corpo e à objetivação das mulheres e daí por diante...)

8 de abr. de 2007

Expressividade

Ms. Dewey é um buscador muito interessante. Mas bem melhor do que usá-lo é assistir a linda Ms. Dewey dando um show de expressividade enquanto espera que você bata alguma palavra para buscar. Meio pesado na conexão.

7 de abr. de 2007



Pensamento de ponta

Escrito no banheiro do Bar do Mineiro, em Santa Teresa, no Rio de Janeiro, nos idos de 2001 :

"O Sol é a ponta do baseado de Deus"