28 de nov. de 2008

Terrorismo covarde e insidioso


Final do ano de 1966.
( Causo inédito - só foi contado para pouquíssimas pessoas durante a vida ).
Ônibus da linha Rio-Barbacena, após alguma parada de comer qualquer morte-lenta tipo misto quente daqueles anos sessenta.
Noite, uniforme horrível de algodão barato da aeronáutica. Todos dormem no ambiente abafado. O ônibus balança ao longo das muitas curvas da estrada.
Sinto que as entranhas estão ressentidas de alguma coisa. Não consigo dormir.
Começo a peidar, dum jeito macio, insidioso. Noto que cheira muito mal.
Imagino que se passaram uns 10 minutos.
De repente, o motorista freia, fala alguns impropérios e estaciona o ônibus no acostamento, imediatamente abrindo a porta e abandonando o coletivo às pressas. Aos poucos e também rapidamente, os demais passageiros acordam, sentem a intensidade do mau cheiro e saem às pressas e vociferando para o acostamento da estrada, umas 45 pessoas.
Saí junto e participei anônimo daquele evento inusitado de que fui ator principal. Todos os passageiros aguardando uns 10 minutos ao lado de um ônibus na fria noite de Minas Gerais.
Aos 17 anos de idade, eu havia parado um ônibus de linha. Com um peido !

Nenhum comentário: